A chegada do deputado José Carlos Barbosa, mais conhecido como Barbosinha (PSB), à Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), prevista para sexta-feira, 1º de abril, é vista como positiva por lideranças de associações das categorias ligadas à secretaria. No entanto, o deputado assume o cargo com velhas reivindicações de policiais civis e militares, principalmente na questão de valorização dos profissionais.
Diretorias e presidências das associações de oficiais do Estado entendem que Barbosinha é um bom gestor, por conta do histórico na presidência da Sanesul (Empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul). “Ele é um gestor comprovado”, afirma o coronel da Alírio Villasanti Romero, da Polícia Militar, presidente da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares do MS ). O militar ainda lembra que tem um bom relacionamento com o futuro secretário.
Para a associação, Barbosinha sempre atendeu assuntos de interesse da categoria, enquanto presidente da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação). “Que ele possa fazer uma boa administração e ouvir todos os segmentos da segurança pública”, afirma Alírio. Já o presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados), Edmar Soares da Silva, também lembra do registro de bom gestor de José Carlos Barbosa e ainda afirma que Silvio Maluf foi um bom secretário e que deu atenção necessária para a Polícia Militar.
Segundo o presidente, um dos pontos principais a serem discutidos com o secretário pela categoria é a negociação salarial. Edmar afirma que uma proposta foi apresentada ao governo no ano passado e a partir desta quinta-feira (31) deve ser dada uma resposta na questão do reajuste.
Reivindicações
Para a AOFMS, alguns pontos seguem em debate e devem ser mudados, como a obrigatoriedade em se ter formação em Direito para assumir cargos na Polícia Militar. Além disso, o coronel Alírio espera que o novo secretário faça uma gestão participativa com política de valorização humana, para que todos os policiais sejam tratados de forma igualitária, os administrativos e também os que atuam nas ruas, no enfrentamento da violência e criminalidade.
O presidente da ACS aponta questões a serem reivindicadas junto a secretaria como a promoção automática, correção de quinquênios e política de valorização dos policiais. Para Edmar, a necessidade de formação em qualquer curso superior deve ser adotada como critério para entrada na Polícia Militar.
Delegado Marcelo Vargas Lopes, presidente da associação da categoria (Adepol) afirma que a segurança pública requer, mais do que nunca, um gestor. Ele acredita que Barbosinha deu provas da capacidade neste ponto e afirma que o momento não é dos melhores, mas há prioridade na questão de reajuste salarial das categorias. “Reconhecemos a dificuldade, mas todas categorias têm expectativa”.
Além disso, o presidente destaca a necessidade de melhorias nas condições de trabalho dos policiais civis. “As dificuldades nas delegacias não serão resolvidas em passe de mágica, mas como gestor, acredito que o futuro secretário vai realocar os recursos da melhor forma possível”, diz Lopes.
O presidente do Sinpol (Sindicado de Policiais Civis), Giancarlo Miranda afirma que a categoria tem várias demandas em andamento na Sejusp e acredita que os servidores serão vistos pelo deputado de uma forma só. “Sem divisão entre Polícia Civil, Militar e Bombeiros. Ele deve observar a todos e principalmente aos que atuam nas ruas todos os dias”, diz.
Reestruturação da carreira e o fim da custódia de presos nas delegacias do Estado estão entre as principais reivindicações do sindicato. O presidente também afirma que as demandas devem ser encaminhadas em reunião para o novo secretário o quanto antes, para que as questões que são alvo de reclamações dos oficiais há algum tempo possam ser atendidas.
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