Uma assembleia geral unificada realizada na manhã de sábado (25/05) pelas diretorias e integrantes das associações de militares estaduais que congregam a União das Associações de Militares Estaduais de Mato Grosso do Sul definiu a realização de atos contra as decisões do governo estadual em não atender as demandas dos policiais militares e bombeiros militares do Estado, em relação às discussões sobre reajuste salarial e incorporação do abono nas duas instituições que congregam a segurança pública sul-mato-grossense, entre outras reivindicações. Foram aprovadas a Operação Padrão da Polícia Militar, por 24 horas, em todo o Estado no dia 31 de maio e caminhada dos militares de folga da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, inativos e seus familiares na mesma data, da sede do Comando-Geral da PM até a Governadoria.
Participaram da assembleia geral unificada a Associação dos Oficiais Militares Estaduais do MS (AOFMS); a Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares do MS (ACSPMBM/MS); a Associação dos Militares Estaduais do MS (AME/MS); a Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar do MS (Aspra/MS); a Associação dos Praças Bombeiro Militar do MS (APBM/MS); Associação dos Bombeiros Militares de MS (ABM/MS) e Associação dos Bombeiros Oficiais Inativos de MS (ABOI/MS).
O evento foi aberto pelo cabo Mário Sérgio Couto, presidente da ACSPMBM/MS, que destacou a assembleia unificada como um momento histórico para os policiais militares e bombeiros militares do Estado, unidos em mesma sintonia pelas conquistas da categoria. “Até ser eleito presidente da associação, eu não tinha conhecimento de causa do que ocorria por trás das cortinas, mas hoje a situação é de tirar o sono de quem trabalha pela nossa classe, de saber como funciona uma negociação salarial e estamos enfrentando algo novo, de um mesmo cenário que os antigos, que militam há muito tempo, já nos colocaram, mas com união de toda a categoria na mesma direção que decidirmos aqui”, destacou Couto, que também condenou as punições ao tenente PM Thiago Mônaco Marques, presidente da AME/MS.
O coronel PM Alírio Villasanti Romero, presidente da AOFMS, apresentou as reivindicações dos militares estaduais que já foram encaminhadas ao governo estadual, como a reposição inflacionária dos últimos 12 meses, que chega a 4,78%; a incorporação do abono e a discussão dos mais de 20% de perdas salariais nos últimos quatro anos para a Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do MS. “Desde setembro que o governo não publica as promoções de policiais e bombeiros militares e isso se soma à constante tensão em que vivemos, com as deficiências estruturais na área de segurança pública e muitos militares estaduais ficam doentes emocionalmente, com depressão, síndrome do pânico e outras, que atribuímos à falta de atendimento de nossas reivindicações, de uma melhoria de fato para os policiais e bombeiros militares sul-mato-grossenses”, afirmou Alírio.
Ele também destacou que, com as imposições que tem feito, o governo estadual vem perdendo a credibilidade junto aos militares estaduais. “Nos últimos anos não foi construído nenhum prédio novo para a Polícia Militar e algumas unidades estão literalmente caindo sobre nossos policiais, que precisam exercitar a paciência para garantir a segurança da população de nosso Estado, mas temos que ser realistas”, ressaltou o presidente da AOFMS.
O coronel Alírio lembrou ainda que o projeto de reestruturação da carreira policial, elaborado pela Secretaria de Estado de Adminitração (SAD), com participação dos comandos da Polícia Miiltar e do Corpo de Bombeiros Militar, está pronto desde 2017 e agora, no período de debate sobe reajuste de salários, foi apresentado às associações sem data concreta de implantação em qual dos cenários apresentados será efetivado.
O cabo Eduardo Ferreira, presidente da Aspra/MS, reafirmou a união de todos os presidentes de associações militares para discutir novamente as questões salariais que não tiveram avanços até agora. “Tivemos que desviar o foco para discutir a manutenção do abono, dos “duzentão”, que queria nos transformar em massa de manobra e, junto com o Fórum de Servidores, não temos sido recebidos pelo governo para abordar o reajuste salarial e, para que isso ocorra, temos que agir, dar um prazo curto para que apresente uma proposta”, afirmou o cabo Ferreira, destacando também o fortalecimento das associações para mais conquistas dos policiais e bombeiros militares estaduais.
Também participaram da assembleia unificada os deputados estaduais Cabo Almi (PT) e Coronel David (PSL), que se comprometeram a intermediar junto ao Governo do Estado as demandas da União de Associações de Militares Estaduais do MS. O Cabo Almi afirmou que o que for bom para todos será a melhor decisão e o Coronel David anunciou uma reunião para a próxima semana para discutir as demandas e pediu apoio dos associados das entidades militares estaduais para conseguir com o governo algo que beneficia a classe.
Após os depoimentos e algumas considerações do público, o cabo Couto conduziu a assembleia, que resultou na aprovação de um dia de Operação Padrão de 24 horas, iniciando às 7h no dia 31 de maio (sexta-feira), até 7h de 1º de junho (sábado) e, para os militares de folga, inativos e familiares, uma caminhada com saída às 8h30 da frente do Comando Geral da PM, em direção à Governadoria, no Parque dos Poderes. A Operação Padrão coincidirá com a paralisação da Polícia Civil, também convocada pelo Sinpol para 31 de maio. A União de Associações de Militares Estaduais emitiu nota oficial sobre a decisão da assembleia, publicada nas páginas das entidades participantes.
Assessoria de Comunicação AOFMS